A bolsa e o bode (catequizando o Timshel)

Chegou-me um bodum ao nariz, à conta de umas beatificações papais e consequentes reactivas rabínicas, saídas da noite dos tempos, acompanhadas de grande sarrafusca virtual.


Ora eu, que sou uma pessoa pacífica e citadina, com pouco interesse por bodes fora da travessa, não entendo como possa ser envolvida em crimes de ódio, racismo e anti-semitismo (em tradução novilíngua tão abrangente como o “ódio às batatas fritas”), quando nem ovelha ou porco avisto nas redondezas e muito menos me dou conta de sabbaths de beija-cus a cabrões.

Tanto quanto sei, os únicos de que se falou em tempos, parece que se destinavam mais a iniciações VIPs com ofertas juvenis; mas, até esses, já se tornaram mais pios que os beatos bem mortos da guerra civil espanhola.

Apesar desta simples condição de espectadora dos media, invectiva-me o meu caro amigo social-facista encapuchado, achando que também faço parte do lobbie do demo neo-liberal, apenas por não ter participado na patusca romaria de desagravo ao rabino das Espécies, que se sucedeu à noite das bruxas, para entrega do perigoso Inquisidor-mor-Arroja.

Pouco o posso ajudar nesse mega combate bem regado, com duplo fantasmagórico, em antecipação de S. Martinho.
Nestas alucinações ideológicas, escapa um detalhe ao Timshel- o judeu do bode pela trela, nunca foi o mesmo onzeneiro que transportava a bolsa.

No presente; os sabbaths estrangeiros usam chibos transgénicos e até já são feitos à luz do dia, em grandes directos mediáticos, para efeitos de propaganda. Todos sabemos que não há rábula que não tenha perdão, se este for cobrado para o alforge- que o diga o Mel Gibson, quando pagou aquela desgraçada bebedeira anti-semita, com boa dádiva para Israel.

Fora a desejada utilidade nos hare-krishnas de arrasto, estas rabinices em conluio jacobino de “mija-nos-finados”, pouco mais atractivo terão, que instigar à animação de papagaios trauliteiros- de suásticas de carnaval, ou agit props fracturantes de causas de caça ao poleiro.

Porque, aquilo que o nosso amigo do dazibao de água-pé devia saber, é que o único internacionalismo multicultural ou darwinista que funciona no mais pacífico convívio é o do carcanhol que entra na bolsa e patrocina o que mais importa.
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Imagens: Judeu e bode de sabath- cadeiral da catedral de Colónia (séc XIV)
bolsa do dinheiro e pecador bestializado- cadeiral da sé de Viseu (c. 1530)

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