A propósito do referendo

dois postais que valem a pena

o Dragão em mais um post iconoclasta As grandes causas

Depois de colocar as desgraçadas dos vãos de escada a abortar nos hospitais e os junkies, mitras e demais moradores humanos da valeta a injectarem-se em salas de chuto climatizadas, a esquerda benemérita, sempre dinâmica na demanda do Admirável Mundo Novo, vai lutar por fardas para os maltrapilhos e estações de metro mobiladas e abertas toda a noite para os Sem Abrigo.
E já agora, para quando salas de eutanásia assistida para os desempregados de longa duração, quer dizer tipos ou tipas com mais de 40 anos?…

o humanismo é um narcisismo do Carlos Cunha, no Baixa Autoridade

(…)O homem não está sozinho no universo, mas está muito mal acompanhado. E há que o aliviar dos empecilhos inomináveis que o encarceram em morais obtusas, em biologias anacrónicas, em insuportáveis responsabilidades. É o que se quer nesta sociedade da bica descafeinada, da cerveja sem álcool, da religião sem Deus, dos doces sem açúcar, do leite sem gordura, da política sem ideologia: agora é o feto sem “vida humana”, o aborto sem crime. O humanismo continua.

10 comments on “A propósito do referendo”

  1. zazie says:

    É verdade: quanto às resistências é perfeitamente natural que existam. Costuma ser lei da natureza- tudo o que empurra numa direcção gera resistência de movimento contrário.

    E eu tenho mais gosto pelas Electras que pelos Creontes. O que senti é que para um lado nem é preciso dar uma mãozinha que já vai por si.

    E vai por si em relação a muito mais coisas e nem são os famosos bons valores do Ocidente que se andam a conquistar. São perdas deles.

    Aqui há tempos o Fernando Venâncio disse uma frase muito engraçada. Que na Holanda este é o preço que os conservadores pagam para o poderem ser sem os chatearem.

    Só que os conservadores lá são livres de o ser. Ao ponto de até terem praticamente “ilhas” de conservadorismo com as suas leis.

    Isto é um tanto inquietante, quanto a mim. O liberalismo também passa por aqui. Por esta ideia que tudo é mercadoria a uniformizar a nível planetário. Porque quanto menos resistências éticas existirem e maior egoísmo prevalecer, mais fácil é o lucro.

  2. zazie says:

    1-” o Ramos que eu critico é o opinion maker de pacotilha.
    Não é o historiador, que é uma área profissional especializada em que eu não meto prego nem estopa, ou melhor, se por acaso ler um livro dele, como ando com curiosidade de ler depois da recomendação do VPV

    Idem, idem, aspas, aspas. E foi à conta dessas lapalissadas a propósito da dissolução da Assembleia que também fiquei com má impressão dele.

    Simplesmente, neste texto ele limita-se a fazer a leitura da própria leitura dos outros. E aí acerta na mouche. Este jacobinismo começa a ter laivos patológicos. Como se fosse sempre preciso uma causa ideológica para vender pacotes “fracturantes”.

    2-”(…) “forças de bloqueio” do outro lado. Ou seja, existe hoje um “consenso civilizacional” alargado relativamente a uma série de questões que une muita gente a esquerda e a direita urbanas… ”

    Vamos lá a ver. Eu estou-me nas tintas para as cores de quem vende pacotes se achasse que esses pacotes estavam integrados em verdadeiras preocupações e trabalho de ordem social.

    E não estão! Porque o nosso SNS é a vergonha do país. Morre-se por falta de assistência médica. Tenho agora assistido a um caso de familiar de pessoa conhecida que esteve internado em S. José, com um cancro, com necessidade urgente de ser operado (perdeu 30 quilos num mês) e que mandaram para casa à espera de vaga na sala de operações. Até prazo indeterminado porque quem manda são os directivos. E, se não for por cunha que consiga operação no IPO, vai desta para melhor.

    Incomodaram-me muitas coisas nesta campanha. A principal foi essa ideia de se ficar encostado à parede como se tivéssemos obrigatoriamente de passar do 8 para o 80. Quanto na generalidade dos países (ricos e com bons sistemas de saúde) nem é assim. Existem outras alíneas que permitem excepções mais alargadas sem irem para a anormalidade que por cá se criou: um direito de género.

    3- Depois, também me incomodou porque isto vem de um Estado que faz zero de trabalho social em bairros degradados. E, como eles dizem e nós sabemos, o verdadeiro problema é esse. Não era um incumprimento de lei (que em parte alguma da Europa é cumprida, depois do prazo permitido) nem uma conquista de liberdades femininas.
    Ora esta treta foi vendida com o tal argumento frankenstoino do novo deus da Ciência e da Razão: “aquilo” vai lá para dentro pelo seu pé, ninguém é responsável por nada, porque são direitos de corpo e a vida começa quando a lei diz- (nos EUA, como a cena é liberal, só há ser humano muito tardiamente… São os mais evoluídos neste processo civilizacional.

    Porque essa ideia do consenso civilizacional é que me incomoda. Vender-se a ideia que os valores dependem das maiorias e do voto. Foi assim que também houve consensos nazis em que os pretinhos, ciganagem e judiaria nem eram gente. Por consenso civilizacional. Topas?

    4- Se tu te ergues a alturas divinas e começas a declarar quem é gente e a partir de quando e quem não é gente porque nem sente ou nem tem consciência (não tem Eu- como eles dizem) então és tu que estás a substituir Deus na negativa. E depois, a atirar para cima dos médicos a missão de eliminar os incómodos. À custa da liberdade de qualquer um eliminar o que lhe estorva ou o que lhe levam a ficar na situação de nem poder cuidar dele por todo o tipo de negação de família.

    5- Depois existiu um outro aspecto que também considero grave. Se um país tem miudinhas de 14 e 15 anos a ficarem grávidas e a interromperem os estudos por isso, então há muito mais coisas que nos estão a escapar. Uma delas até nem é a mera educação sexual ou uso de contraceptivos.

    Muito sinceramente, não acho natural que desapareçam etapas de vida e que as crianças e jovens não sejam isso mesmo e tenham de ser adultos em miniatura.

    E essa ideia começa a ser preocupante. Não sei se é efeito de novela, se meras carências afectivas ou seja lá o que for. Mas ninguém me mete na cabeça que é natural que aos 14 anos se ande a ter relações sexuais “responsáveis”. E que depois seja um marco no progresso civilizacional que essas garotas se encharquem em pílulas abortivas e rebentem o corpo com hemorragias.

    Ora andaram para aí numa campanha inteira a vender o aborto a pedido contra esses malvados comprimidos abortivos. Quando, afinal, para ser mais barato, o que o SNS vai oferecer são os mesmos comprimidos abortivos! E estou à vontade porque se há coisa que não sou, nem nunca fui, é moralista nesse em matérias de sexo.

    Mas isto não é liberdade sexual. Isto são disfunções fora de tempo. Hão-de ser questões bem mais graves que nunca deveriam ser proteladas à custa da tal marcha progressista contra as trevas da Igreja.

    6- Quanto ao resto dos gajos de direita pelo SIM e dessa cena toda, é coisa que pode ter mil e um pretextos que a mim não me aquece nem me arrefece. Eu fui contra o referendo e contra o modo de meter o lixo debaixo do tapete. Não seria contra a possibilidade da mudança de lei, aproximando-a da espanhola ou mesmo da inglesa e suiça e austríaca onde existem excepções de lei por motivos graves de desemprego ou miséria.

    Porque o resto também há sempre folclore e outras causas nas cruzadas. Desconfio sempre de cabeças demasiado quentes. E a Helena de Matos não andou pelo aborto. Andou numa de feminismo porque pura e simplesmente tem pavor a homens. O mesmo se diga desta “nova família” do nosso Primeiro e sua dama e mais dessa malta toda hare-krishna do BE.

    Para eles são cruzadas pedagógicas. De certo modo, ainda bem que ganharam, que assim pelo menos ficam com menos um ponto para nos chagarem os miolos. Eu até acho que seria mais prático apresentarem um referendo para o pacote todo. A malta aprovava todos os direitos de entrada e saída, mais a medicina alternativa do lobby dos bruxos; o casório entre as espécies e o direito de choco alargado ao sexo neutro.

    É que depois ficavam apenas com aquela cena do “trabalho social” que, como uma vez te disseram, até parece coisa de beto e da velha “Alegria no Trabalho” das senhoras da liga dos pobrezinhos de S. Vicente de Paula.

  3. rui says:

    eh lá! que estás a abrir em muito o “leque” de assuntos em discussão.
    Quanto ao Ramos tenho a dizer o seguinte:
    o Ramos que eu critico é o opinion maker de pacotilha.
    Não é o historiador, que é uma área profissional especializada em que eu não meto prego nem estopa, ou melhor, se por acaso ler um livro dele, como ando com curiosidade de ler depois da recomendação do VPV (para falar de um que lhe tem dado bordoada forte e feia em questões políticas mas que lhe elogia os méritos profissionais – e tem legitimidade para fazê-lo), limitar-me-ei a mandar as minhas bacoradas como simples outsider, que valem o que valem.
    Nessa actividade profissional são os pares dele que têm de julgar, e tu, por exemplo, terás muito mais autoridade do que eu para falar.
    Quando muito o que poderei referir como particularmente irritante é o facto de a direita ( lá estou eu) -e ele, por vaidade pessoal, pensar que à pala dessa sua eventual qualidade de investigador de excepção tem especial legitimidade para vender as lapalissadas arrogantes determinadas por preconceitos ideológicos constituem o grosso das croniquetas que escreve sobre a situação política actual.
    Vê lá se ele veio com pézinhos de lã, com palhetas mansas sobre “pluralismos” quando se tratou de manifestar o justificado triunfalismo pela vitória anunciada e confirmada do Cavaco (tão anunciada que permitiu ao outro palhaço fazer aquele exercício repulsivo de auto-elogio que é aquele pasquinzeco do “como queria demonstrar” ou lá o que é).
    Bom… isto quanto ao Ramos.
    Quanto ao Dragão:
    O meu comentário limitou-se ao post em questão. Nada mais do que isso.
    Quanto a esse post visto isoladamente, mantenho a minha “leitura”.
    Se o que escrevi foi “reducionista” como avaliação geral de um blogger que tu tens com certeza “acompanhado” melhor do que eu, aceito a crítica.
    Quanto às outras questões:
    tens toda a razão quando dizes que estas questões são mero “espectáculo”. São inócuas do “ponto de vista mais geral” como se dizia na gíria marxista.
    O problema é que só ganham “dimensão” de espectáculo porque existem “forças de bloqueio” do outro lado. Ou seja, existe hoje um “consenso civilizacional” alargado relativamente a uma série de questões que une muita gente a esquerda e a direita urbanas, e que a exprimir-se livre das tutelas partidárias, esvaziaria na hora qualquer uma destas questões ditas “fracturantes”. Foi por isso que figuras destacadas do PSD como a PTC e o Rui Rio, ( até a Helena Matos!) votaram no sim.
    No entanto, ao contrário do que possa parecer, não é só ao Bloco e afins que convém fazer finca-pé nestas questões da treta. Enquanto a esquerda ou pseudo esquerda, ou o que se queira, andar ocupada em guerrilhas a defender o casamento dos homossexuais, que ainda por cima ( os que andam esganados por casarem) são na sua maioria classe média abastada e tendencialmente direitófilos, não anda a implantar-se nas barracas e a organizar os cidadãos para ir apedrejar as sedes do bancos, etc…

  4. zazie says:

    Mas nem eu nem o Dragão atacámos uma mera despenalização. Pela minha parte deixei para aí texto suficiente para se perceber que a minha posição nem era essa. Nem passava por aí.

    Ele tem olhar de filósofo. Raramente se prende a uma opinião prática ou aos factos. Vai lá e lê esta reposição do post do mundo barbie que percebes.
    A questão é que este mundo é apresentado como uma evidência de tal ordem que tu, se não lhe abres a porta, até ficas como o cretino anti-democrático, preso em detalhes, que nem facilitas a vida de uma série de gente com problemas, e blá blá, blá e o que dá para perguntar é porque é apenas se lembram de seleccionar estas questões e vendê-las como as grandes causas para a modernidade de Portugal!

    Essa é que é a questão. Porque num dia falam-te em mutiliações, prisões, garotas rebentadas em hemoragias de comprimidos e no dia seguinte acabou isso tudo, fica apenas as promessas de mais cytotec estatal porque afinal era uma “causa” e vinha dentro de pacote.E, tal como o Dragão postou hoje eu etinha dito a semana passada, a próxima é o casamento da paneleiragem.
    E depois passas por ser o preconceituoso, o xeno-gay, o beato misógino. Mas eles é que escolhem estes pacotes. Que dão votos, vendem bem e lavam mais branco.

  5. zazie says:

    Sim, tens razão. Eu também acho que isto é aberto e até me incomoda quem se esquece que o patrão é o blogger e se põe com fosquinhas como se o estamine fosse privado.

    Disse isto porque fica um tanto incómodo estar para aqui a “traduzir-te” o que penso ter sido o sentido desse post do Dragão, que eu linkei. Era mais fácil falar por mim. Mas, de facto, estou convencida que o tom irónico tem muito de Swift.

    È claro que já sei que é mais um pretexto para essas malucas virtuais me chagarem a cabeça. Coisa que se resolve, pela minha parte, com uma retribuição dos palavrões da praxe (que sei que são modos que não te agradam)
    O que é que se há-de fazer… colocam-nos estes dilemas…

    “:O))))
    ……….

    Quanto a esquerdas e direitas tu sabes que eu nunca percebo o que é isso. Já sei que na tua cabeça funciona assim, mas tenta este esforço suplementar: imagina que existem pessoas, como o Dragão em que essa treta não bate certo. Que estão à esquerda da esquerda numas coisas e à direita da direita, noutras. Que pura e simplesmente não têm essa formação ideológica. Que são diferentes. Que têm mil e outras maluqueiras e embirrações ou questões marcantes que não passam por aí.

    Faz isto por mim, compadre ehehehe
    Estou-me a rir porque acertaste numa dúvida que eu também tive em relação ao Rui Ramos.

    Não que me arrependa do ter postado. Antes pelo contrário. Só pelo prazer de arrumar os jacobinos tipo Vital Moreira, na maior, tudo o que vem à rede é peixe.

    Mas olha que foi verdade. Estava no duche e pensei precisamente isso: este gajo faz uma boa análise dos dogmas jacobinos mas escapou-se à caracterização do próprio eleitorado e da mudança que se manifestou no resultado.

    E tu, chegas aqui, e levantas-me precisamente essa lebre.
    Também é verdade que as minhas desconfianças em relação ao Rui Ramos se baseiam mais na figura pública que nos estudos que mal conheço.
    É um ligeiro preconceito à custa de umas banalidades que já lhe ouvi dizer e que me pareceram mera música de “intelectual de regime”.
    ehehe

    beijocas

  6. rui says:

    a blogosfera, como sabes, relativiza o conceito de “lugar”.
    comentar aqui ou no dragão, o comentário está feito,é público e assumido,a um post teu que embora likasse o dele também o reproduzia, não acho que faça sentido andar a repeti-lo. o dragão, é livre como um passarinho (ou como um dragão, também ele um bicharico voador) para responder aqui, no blog dele, ou onde mais lhe aprouver. a discussão, se é que há lugar para uma, está felizmente com as portas sempre abertas.
    Por outro lado, e quanto ao teor supostamente “swifteriano” do post do dragão, pode colocar-se a questão: muito bem, se se trata apenas de causas fracturantes da esquerda, porque há-de a direita, superior a estas questiúnculas, passar-lhes cartucho? o que aquece ou arrefece a direita que se despenalize um acto que virtualmente todas as mulheres da minha geração que eu conheço fizeram “clandestinamente” com todos os riscos penais e físicos que isso implicava? Mas não… a questão fracturante é “estúpida” mas deu no que deu a agitação. Mesmo depois da evidência que acabou a “fractura”, há aí uns desgraçados, coitadinhos, por aí à cata de formas de torpedearem a questão. Se há alguém que poderia a meu ver ser vítima dos humores swiftianos são precisamente esses transtornados que eu sinceramente lamento porque me custa ver as pessoas consumidas pelo rancor.
    É claro que um aborto despenalizado sempre é “um luxo”…
    há pior, muito pior, há as pragas de mosquitos, a gripe das aves, há as cleptocracias africanas, os horrores da fome e da miséria nas favelas, etc., etc., etc… mas se isto é verdade, porque há-de o pessoal perder um minuto preocupado em satirizar, quando não atacar vigorosamente uma mera e banal despenalização, quando há tanta miséria, tanta fome, tanta desgraça noutros recantos do planeta?
    Porque hão-de uns sacaninhas preocupar-se com o aumento dos impostos que afugenta os capitalistas quando sabem que nalguns locais do planeta continua a exitir trabalho escravo, ou trabalho infantil? Porque não há-de o argumentozinho – se assim se lhe pode chamar- valer para os dois lados? enfim… isto é só pelo bom swift que é uma excelente referência.

  7. zazie says:

    Compadre. Fica sempre muito difícil fazer de advogada do diabo quando estão em causa as raríssimas pessoas com que me entendo, do ponto de vista político (ou lá que raio há-se ser isso). Mas é assim. Em perto de 5 anos de blogosfera não têm aumentado as empatias. Fico-me pelos mesmos de sempre- e devem ser apenas 2 e meio ehehehe

    Por isso é mesmo mais indicado fazeres as perguntas ou mandares os remoques ao próprio. Ele tem comentários no blogue e eu, pela minha parte, já ando farta de aturar esse putedo virtual a chatear-me por me entender com o grande iconocloasta- O Diogo Vaz Pinto, ainda ontem andava com ideias de lamber qualquer coisa, à custa disso.

    Hahaha
    Mas é como te digo. Ia apostar. Vai lá e diz que foi a zazie que disse isto.Que ele se inspirou no Jonathan Swift para fazer aqueles postes irónicos.
    ………

    Mas ia jurar que tresleste. Eu conheço bem o Dragão. Por acaso até andava a ler o Swift quando ele fez o post e veio-me logo a associação à cabeça. Com algumas mudanças porque agora o aborto faz o papel da materniade daquela época. Mas abortarem-se ou comerem criançinhas é a mesma coisa, em termos de ironia.

    É disso que ele fala. Das estúpidas causas fracturantes que transformaram a esquerda nesses enpecilhos a viverem à custa do mal dos outros. Salas de chuto climatizadas são porreiras.

    Até dá um ar vanguardista. Se forem salas de aborto inter-classistas ainda melhor.

    Porque luxo é tratares uma cárie de dentes pelo preço de 5 abortos em Espanha. Ou morreres à espera de vaga para uma operação. É disto que ele fala. Desta causas de novo-riquismo sub-urbano

  8. rui says:

    o facto de eu ter a noção de que o dragão é (ou era… que nestas coisas há sempre tempo para emendas) agnóstico é que me surpreendeu.
    é que se o tom é corrosivo como o do swift, a intenção, tal como está expressa, é oposta. Pelo menos foi assim que “li” o post. Oxalá me tenha enganado e me tenha limitado a “tresler”, como diz o outro.

  9. zazie says:

    Rui,

    É melhor perguntares-lhe. Apenas sei que o Dragão é agnóstico, donde essas tuas preocupações com cónegos Melo até nem batem a porta certa.

    Leste o Swift? o da Modesta Proposta? é disso que ele fala, actualizando-a para os nossos dias e para a nossa terrinha.

    É claro que isto é política simplex, abortai-vos á famélicos da terra que a gente tem mais com que se preocupar que dar-vos saúde.

  10. rui says:

    tem razão o dragão.
    as desgraçadas devem continuar a abortar em vãos de escada (de outro modo correriam o risco de perder um pouco do estatuto que lhes é próprio e nos conforta). mitras e moradores da valeta…mas para quê perder tempo a olhar para a valeta, sem ser para telefonar para os serviços municipalizados a pedir uma boa mangueirada?
    No mínimo que as salas de xuto não sejam climatizadas… é o mínimo que se pode exigir…
    e fardas para os maltrapilhos? Bah! isto remete para um universo verdadeiramente orwelliano. DEpois de fardas para os maltrapilhos só faltavam eutanásias das boas, minissaia e tudo. Onde se viu?
    Não sei se é a ideia do dragão, mas preocupação com os pobrezinhos (que não as putas das desgraçadas ou os mitras da valeta, pobrezinhos cândidos e honestos digo eu) só mesmo uma que assegure que tudo se passa devidamente enquadrado por uma perspectiva fraterna como a do Cónego Melo (e orientada para a reprodução, como é evidente, que a crise demográfica é grande, qualquer dia não há portugueses portugueses, daqueles nascidos em portugal, e isso…).

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