“Por maiores benefícios que se reconheçam na concorrência, não há dúvida de que ela não constitui força económica permanente, pois tende para a sua auto-destruição, nem as vantagens que prestas as usufrui a colectividade sem prejuízo de maior.
De facto, muitas vezes se nota que os concorrentes, por eliminações sucessivas dos mais fracos, chegam ao monopólio ou ao entendimento, forma acentuada do primeiro. E verifica-se que na luta se desperdiçam capitais e se joga o destino e interesses do trabalho, com vantagem por vezes insensível e sempre transitória para os chamados consumidores. (…) ninguém hoje se lembra de, numa economia nacional que se pretende ordenada, estabelecer como princípio fundamental a concorrência sem limites. Por outro lado o monopólio assusta- assusta porque tende para o abuso como toda a força não controlada, porque tende para a estagnação como toda a actividade sem estímulo, porque, como bem disse Poincaré, onde está o monopólio aí começa o socialismo. Devo acrescentar que me parece não serem estes os resultados em toda a parte, sendo por isso provável que a formação do espírito colectivo leve nalguns países o monopólio a cuidar de servir bem o público antes de servir os interesses particulares dos monopolistas. Não há dúvida, porém, de que em muitos povos- e o nosso entre eles- as coisas se passam no mau sentido que defini. Eis uma dificuldade que deve ser resolvida.(…)”

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solução:

pois bem, a Branca Nunes acertou à primeira e o JE chegou lá à segunda. Foi Salazar.

António de Oliveira Salazar, “Problemas da organização corporativa”- Conferência no S.P.N., em 13 de Janeiro- Discursos, Vol.V, págs. 283-284, 287-291, 294-296, 296-298), 1934, para o primeiro e págs 287- 288 e 289- 291), 1934.

tem pois, anti-comuna. Andava em arrumações nos armários e dei com estes discursos do Salazar que deviam ser do meu avô. É incrível como ele via o mundo tão pequnino, com os preços marcados tal como na Idae Média e imaginava que o capitalismo podia ser assim, a nível mundial.

  • Anonymous

ehehheeh

Zazie, esse baú do botas tem mais pérolas?

E olha que o Marcello Caetano tem uma obra que é precisamente a teoria do socialismo português dos dias de hoje. Foi escrito no Brasil, depois de ter sido corrido.

Como se vê, a teoria da terceira via não é original do Blair. 😉

Posted by anti-comuna

  • Carlos Indico

Que Salazar era um feroz anticapitalista já eu sabia. Agora que teorizava tão bem, não. Mas acabou por ter que se pendurar nos tais monopolistas para se aguentar…

  • JE

com essa da ‘eliminação sucessiva dos mais fracos’, dos ‘muitos povos’ e do ‘espírito colectivo’ a ‘cuidar de servir bem o público’ já não me parece discurso dos anos 000’s mas sim dos idos 40’s – quem falou de Salazar terá razão?

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