Je suis etonée
Cilindrada, completamente cilindrada com isto tudo. Ainda assim, vou tentar lavrar o meu protesto por meio de uma palhinha, enquanto não chega o guindaste
Eu estou de acordo. Estou de acordo que se aparecer pela frente um JPP a falar em “Conflito Civilizacional” ou em “ameaça aos grandes valores da Civilização Ocidental”- é de se lhe mandar logo com um “anel de Lebenswelt deprimido, marginal, atópico” na mona. Está certo, foi bem pedido. E então para aquelas variantes grandiloquentes que também escrevem nos jornais e que falam logo em 3 vias de ramificação do terrorismo islâmico, nada melhor que outro pedregulho de notas de rodapé.
Até aqui estamos de acordo, é combate justo.
Só não entendi- senhor- e bem esborrachada fiquei, porque motivo se há-de apanhar com o mesmo calhau se colocarmos perguntas básicas. Aquelas que um espectador ou um mero comum mortal, a quem fizeram explodir os carros ou destruíram a escola primária, é capaz de fazer como eu fiz:
“mas quem foram eles?”
Aí é que a resposta me abafou.
A esses, tal como aos do Conflito Civilizacional- que parece que na verdade são os mesmos disfarçados- pelos visto há que mandar-lhes logo com essa do “vocês está a dar demasiada importância aos factos”.
A crescentando – “olhe meu caro, quer saber quem foram? isso diz você que quer saber mas eu bem o topo… pois fique sabendo que, como dizia François Dubet e Stéphane Beaud, esse não passa de um uso depreciativo do adjectivo teórico e não julgue com perguntinhas de caca me arraste para essa classificação”.
Ok, na situação em que me encontro também prometo que não tento arrastar para mais nenhuma realidade factual. Quanto mais não seja porque nem desta realidade bem escura me consigo esgueirar para fora. E qualquer tentativa ainda podia ser lida como mais um truque para que se “debata, dirima razões e formas de prova a partir das suas categorias de significação”, isto tudo com o malvado intuito de sorrateiramente se querer «corrigir e provar as falácias do [seu] argumento”»
Está certo. Os factos são uma coisa lixada. Eu por, exemplo, ainda não consegui prescindir deles. E, por falar nisso, tenho ali no escritório uma prendinha deliciosa que me chegou hoje pelo correio- La Chiennne do Renoir, um filme alegadamente genial a preto e branco.
Mal chegue o guindaste, acho que não resisto e ainda vou fazer uma última desfeita-“ à velha e caduca antinomia teoria-prática”.
Os senhores François Dubet e Stéphane Beaud que me perdoem o atrevimento mas tenho de vê-lo e tirar a prova se é mesmo a preto e branco.
5 comments on “Je suis etonée”
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conversa (de caca)
Bom, um dos links não funciona mas o outro que vai dar aos comentários durante os acontecimentos vai ao encontro do que já na altura me tinha querido parecer- estava tudo muito mais politizado do que se queria dar a entender nos meios de comunicação.
Também fui a uma série de blogues partidários onde havia convocatórias em directo para o local.
Foi acerca disso e da caracterização do grupo que tentei comentar com o autor mas ele respondeu como lá está.
Sem se ter todos esses factos não vale a pena estar a gastar palavras para se dizer o óbvio, que não se tratou de um “Conflito Civilizacional”( o que quer que isso seja), nem de uma variante de acção da Al-Qaeda-islamismo. Mas isso também só o diz quem também apenas vive de grandes palavras vazias.
Agora o que não se disse nem se respondeu foi ao facto de também terem sido caracterizados como franceses estudantes universitários.
áh é? vou ver isso. È que eu limitei-me a pedir factos. Pelo que diz o governo francês continua a esconder os nºs por isso também não entendi porque motivo a França havia de estar debaixo do mesmo pedregulho com que levou alguém por se ter atrevido a pedir factos
Violences: France 3 se démarque
La chaîne publique a décidé de ne plus annoncer dans ses journaux nationaux le nombre de voitures incendiées
C’est ce qu’a déclaré lundi le directeur général adjoint chargé de l’information de France 3, Paul Nahon.
Selon lui, il est encore possible de couvrir les violences urbaines “à condition de le faire avec discernement, avec responsabilité””.
http://info.france3.fr/violences-banlieues/15477117-fr.php
Voici la France du terrorisme anti-terroriste (un photo reporter portugais a été tué: vous vous souvenez?), la France du plan Condor, des flics racistes, des émeutes des minories d’origine “arabe”. La France de la nuit de Saint-Barthélemy… La France de la collaboration avec les nazi et la France de la vengeance sur le collaborateurs… La France est elle un pays de l’Europe democratique?
Terça-feira, Novembro 08, 2005
Fiz um copy /paste de um dos comentários a um post de 5 de Novembro, intitulado “Clichy-Sur_Jungle”
Aterrei num “Pays de Cocagne” que não é certamente a França.
Gostava que espreitasse o post que refiro, sendo certo que há links, sobretudo de jornais, que já obrigam a procurar o dia certo…
Debaixo do seu grande calhau, à espera de guindaste, está também a divisa da Rep. francesa.
Ainda bem que não és como o Jean-Jacques. Essa sumidade escarrapachava logo no portal que prescindia dos factos. A partir daí, só filhotes…
Bjs.