pequena nota um tanto extemporânea
Estou plenamente de acordo com o Valupi nesse debate subterrâneo. Quanto à requentada e balofa lição de psicanálise-pagescritiana, acompanhada de citações Barthianas nem a comentei por mero pudor.
E o meu caro Tcherny que me desculpe o mau jeito, mas já sabe que nestas coisas é sempre assim…
E o meu caro Tcherny que me desculpe o mau jeito, mas já sabe que nestas coisas é sempre assim…
Em relação ao VPV seria mais honesto conhecer-se os seus escritos, incluindo tudo o que expôs sobre a inutilidade latifundiária nos tempos da ditadura e consequente legião de desolados e comunistas que gerou.
10 comments on “pequena nota um tanto extemporânea”
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Mas já agora dei-me ao trabalho e aqui vai o seu texto:
1- o testemunho de VPV, sendo uma “denúncia da ideologia”, é também ele marcado pela ideologia. E a ideologia de VPV é facilmente reconhecível,…(…)
– Pergunta: que ideologia é que ele “denunciou”? ele limitou-se a contar uma história- que faz oarte de milhares de outras que para quem as conheceu só pecam por defeito.
Já agora qual é a ideologia dele que acha facilmente reconhecível à custa do que ele não fez?
2- “Toda a História é construída à base não de factos, de testemunhos realistas, mas sim de discursos, discursos que se contradizem e que combatem entre si pela hegemonia.” E o que vem isto ao caso? O Paul Veyne diz melhor e se conhecesse o VPV historiador via que ele é um positivista. Mas não conhece e pronuncia-se…
3- Os comentários ao texto:” , para além do ignorável anti-comunismo primário, dois pontos: a crítica à psicanálise e a crítica à ideologia.”
– Pergunta: quem é que foi anti-comunista primário? Que eu saiba somos todos anti-comunistas tout court. Ou secundários, já que também fizemos o liceu. E quem criticou a psicanálise? Ou você considera o Vicente Jorge Silva piscanalista ou a formiga bargante ou o Tcherygnobil? E a idologia, mais uma vez…
4- Bem, depois seguem-se as citações à almôndega semiótica, com muito Adorno, muito Barthes (estranho saber isso tudo e nunca ter lido o VPV…) e por fim a crítica às não ideologias que acabam por ser ainda mais ideologias e que são marca dos liberais. OK. Então ele é isso… está certo. Foi o que eu suspeitei. Você gosta de fazer literatura.
Restava perguntar o que tem isto a ver com o texto sobre as memórias dos controleiros e comunistas no tempo da velha senhora, sobre o que eu disse, o acerca dos comentários que por aqui se seguiram e que muito certeiramente o compararam à Balada da Praia dos Cães do Cardoso Pires (espero que conheça este, apesar de não ser estruturalista nem semiótico).
_ e agora vou trabalhar. Inté.
Então tá bem. E ainda bem que o inspirei nesse exercício. E também não estou nada zangada mas se me quiser dar uma mãozinha era bem-vindo. Estava à procura do ficheiro de som do “The Man Who Taught His Asshole to Talk” Era mesmo isso que dava um jeitão agora “:O))
A Zazie é uma querida e admiro-lhe a paciência para com este ignorante. Mas perdoe-me a insistência. Onde é que eu vou buscar essa psicanálise e principalmente essa semiótica que a Zazie tanto me critica? É que vasculho e vasculho e chego à conclusão que: não critiquei a sua crítica à formiga, mas sim o seu descartar da psicanálise per se; nunca tentei analisar “o pensamento” do VPV (como disse, só lhe conheço esse texto), mas sim apenas uma estratégia narrativa nesse texto específico (o que não tem nada de especial, alunos de letras fazem-no todos os dias. Estará aí a tal semiótica?! Mas como?!), o que é bem diferente.
Ah, e a sua conclusão e a minha não são as mesmas, porque não estávamos a falar da mesma coisa. A Zazie tem uma memória invulgarmente curta nestas coisas e, correndo o risco de me repetir, a tresleitura é também ela uma arte.
Sobre a “mera nota”, enfim, custa-me dizer-lhe, mas a Zazie não foi a minha única e exclusiva fonte. Simplesmente alinhou na perfeição no coro que forma o essencial do meu alvo e forneceu-me umas linhas preciosas, a título de exemplos. Como lhe dissera no convite inicial, o texto era em grande parte sobre OS comentários, não só os seus.
Mas não se zangue, embora fique bonita quando se zanga. E, sobretudo, seja paciente para comigo.
não percebo?!?!
Você queria debater o pensamento de uma pessoa que nunca tinha lido à custa de uma mera nota que aqui coloquei por causa dos frita-miolos?
E para isso foi buscar a psicanálise, a semiótica, e o que eu digo noutras paragens com a finalidade de chegar à mesma conclusão de onde eu partira?
a saber e citando-o: “amontoados de palavras como o da formiga-qualquer-coisa. Uma imbecilidade é uma imbecilidade é uma imbecilidade.”
ya! uma imbecilidade é uma imbecilidade, é uma imbecilidade. Estamos de acordo. Não podia ter sido mais claro.
Só não percebo a que vinha o resto mas enfim… cada qual é como cada qual…
(áh- by the way: para chegar aqui 1 metro e 59 ainda serve)
Pois bem, digamos que a tinha numa conta de metro e setenta, se prefere. Essa de o facto de eu não ter lido nenhum VPV antes ser um motivo impeditivo escapa-me, mas a Zazie explicar-me-á, se tiver paciência. Quanto à psicanálise, a Zazie ainda me há-de dizer onde é que eu vejo trabalho científico em amontoados de palavras como o da formiga-qualquer-coisa. Uma imbecilidade é uma imbecilidade é uma imbecilidade. Mas a Zazie é uma pessoa paciente. E finalmente, perdoe-me, mas estava convencido que, num seu comentário, em “Isto é ser-se realista e historiador. Vocês preferem os ideólogos que continuam agarrados ao passado?” tinha lido “Isto é ser-se realista e historiador. Vocês preferem os ideólogos que continuam agarrados ao passado?”. Mas a tresleitura é uma arte e a Zazie terá certamente a paciência para me esclarecer isso tudo, mais as minhas inusitadas capacidades de clarividente.
Tás a ver como és tramada?
😉
Beijocas
ups! treta que isto saltou…
……………………
meu caro pagescritiano:
eu sou baixota. Nem chego ao metro e sessenta, veja só.
Quanto à possibilidade de comentar o seu texto foi você mesmo que a retirou. Como disse: nunca tinha lido o VPV- este é o único escrito que lhe conhece.
Apesar disso, e atendendo ao facto de considerar a psicanálise uma ciência e não apenas umas boutades, conseguiu ver trabalho científico nos ditos frita-miolos.
E, imagine-se: até descobriu que eu fiz uma defesa do realismo e que faço parte do bando neoliberal.
Tendo em conta que tenho por hábito estender os pés em cima da secretária enquanto teclo- e só por isso- imagino que não possua também dotes de quiromante.
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Cara Zazie, o seu pudor é uma pena, até porque teria todo o gosto em ler o seu comentário devastador à minha psicanálise-pagescritiana (que, curiosamente, até tem bem pouco de psicanálise, mas, enfim, a Zazie deve ter tido uma leitura fulminante do meu texto). Quanto ao resto (o VPV e a ideologia), é uma requentada e balofa lição, ou como Valupi disse, argumentos senis (o que implica que o pensamento monológico é a nova moda por esses lados, ou não?). A mim deu-me prazer o facto de nem Valupi nem a Zazie se terem dado ao trabalho ou sequer conseguido fazer um belo comentário ao meu texto. No caso de Valupi, pelo estilo da escrita, pareceu-me simplesmente que nem percebeu sobre o que era o meu texto, quanto mais entender conceitos isolados (enfim, o reino de deus é para os pobres de espírito). Quanto à Zazie, que tinha numa conta um pouquinho mais alta, terei de presumir que um texto tão longo não se presta facilmente à típica estratégia zaziana: o comentário rápido, fugidio, espertalhão, a maioria das vezes com um conteúdo mais expressivo que outra coisa; nas outras vezes, nem isso.
O texto de VPV é escorreito, sim, e longe de ser brilhante. Parece-me que não é a nós (os frita-miolos) que custa entender isso, é à Zazie e seus correligionários.
Ah-ah, o Barthes!… Que abécula! E mais aquele lixo todo da semiologia e afins.
Isso está um bocado demodé, não?!… :O)