uma crónica da nescilândia

Eu também não considero muito interessante a pintura da Frida, mas ela era linda em menina! Linda como nenhuma capa da Vanity Fair. O que importa na Frida Kahlo é o exemplo da fusão entre a vida e a obra. O caso não envolve pela adesão ao “exotismo alternativo”, toca pela sublimação da fantasia.

Outra coisa- não entender que a grande arte é uma criação de linguagem e que para conceber o “modelo” não basta replicar o bom-gosto, é necessário risco, é não entender nada.

A intensidade de envolvimento com um momento de mudança social também pode servir para estimular o projecto. Aqui fica a ilustração da ideia.

O senhor da direita chamava-se Eisenstein

Provavelmente também se deve a uma visão certinha e acomodada do mundo, o facto dos burguesinhos nunca produzirem grande arte. Sempre a capitalizaram os inventivos idealistas, desalinhados ou destruidores malditos, por mais contraditórias e opostas que tenham sido as trincheiras.

Como não entendi se o postal fazia parte do género “crítica de arte” ou “croniqueta social”, sempre adianto que no ano passado o povão inglês também a viu com grande entusiasmo na Tate. E comentou, é claro, como geralmente toda a gente comenta depois de ver qualquer exposição. Auscultar o público e desvendar a obra, sem precisar de sair de casa, costuma ser vício de crítico e privilégio de taxinomista ideológico.
………………

Algo me diz que já lixei a carreira do musaranho
“:O.

Caro Antónimo

1- não faço ideia que falcão tenha passado por aqui ou por outro lado. Essa passou-me literalmente ao lado mas também não estou curiosa

2- Não partilho a ideia que o VPV seja um cobarde e muito menos execrável, ainda que o VPV não venha a baila em nada do que escrevi ou que o outro melro tenha escrito

3- não me interessa absolutamente nada saber quem é ou que nome tem ou qualquer coisa mais sobre o dito ex-Acidental.

Como não tracei qualquer categorização de comportamentos ideológicos ou críticas artísticas de acordo com as ideologias que se tem.

Limitei-me a mostrar o ridículo e o tiro-no-pé disso tudo. Dessas muletas e desses preconceitos. Venham de onde vierem, são sempre iguais.

Por último limitei-me também a satirizar um comportamente por comparação de outra moda na “crítica” o vedetismo à coutinho.
Um micro-coutinho seja lá quem for ainda mais pequenino mas imitando-lhe os tiques sem ainda ser gente.

………..

quanto ao filme não sei mesmo de quem poderia ser. Eu sou muito mais simples e básica em tudo o que digo do que se possa imaginar.

  • Anonymous

Cara Zazie,

depois de ter falhado o texto em comentário e ter disparado para o lado e atingido a mouche,

a ver se agora acerto no comentado:

1. O tipo que põe o dedo na Frida ainda é menos conhecido (eu não sei quem é…) que o Manuel Falcão que fui redescobrir neste blog que descobri (felizmente!) defunto.
1.2. O Manuel Falcão foi um dos fenómenos de bem-sucedida cretinice dos 80’s e desapareceu morto em genéricos de TV2. Não interessa nada. Está-se a ver o que interessa o tipo do dedo…
1.3. A mania dos tipos serem de direita para serem diferentes e depois quererem ser rebeldes para cimentarem a diferença e depois incluirem a rebeldia no património da direita e a esquerda inominada é que tem “as cabecinhas mais conformistas da paróquia” é mania, são manias, que passaram de moda. Lá que levam entre os glúteos isso levam: para serem diferentes – os tipos, não as modas.
1.4. O dedo do tipo é que me é indiferente onde o mete – desde que o mantenha dentro do seu espaço vital.

2. Graças ao Deus em que não acredito pelo desaparecimento do blog em epígrafe e pelo outro, o do execrável e execrando Vasco Poluído Cobarde. E, depois, é extraordinário: os apelidos destes gajos são todos conhecidos: andam práí meninos a treinar para opinion makers. Se quiserem responder-me só se o fizerem em inglês e sem meterem descrições do pôr-do-Sol no Cairo. Se não mando o outro tirar o dedo da Frida (deve tê-lo já, outra vez, no nariz…) e metê-lo entre os vossos glúteos.

O filme do avião é que podia revelar o que era e de quem era. “Che sara”, agora em tom interrogativo. O que será?

Respeitosas saudações,
Antónimo

quanto à Fridha estamos de acordo. Realismo fantástico prefiro os muralistas e principalmente o Siqueros.

O post do rapaz tinha uma lógica micro-coutinha muito engraçada. É capaz de ir longe. Começou pelo lado certo, falar como se fosse uma vedeta e toda a gente estivesse muito interessada em saber o motivo que o levava a não querer sair de casa.

O motivo também é simples de ler e vale a pena ir lá para ler umas bocas do caramelo que nestas coisas é sempre o mais divertido.

O rapaz não vai, nem quer ir, porque teme o contágio ideológico e ainda era capaz de sair do CCB de punho erguido a gritar palavras de ordem contra o capital

“:O))

Este Tiago Geraldo é, de facto, um imbecil.

Estes acidentais não têm mesmo remédio!

PS. Eu também não acho muita graça à pintura da Frida Kahlo. Aliás, em termos de arte e literatura (exclua-se o futebol), eu tenho um problema muito mal resolvido com a América Latina. Com essa grande excepção que é o Brasil e a Argentina (leia-se jorge Luis Borges). Mas acredito que o defeito seja meu :))

ehhehehe

fica calmo que vai correr tudo bem
“:O))))

Fazes o favor, não digas mal dos cursos de ideologia por correspondência!… Melindras-me.
Além de que, na verdade, esses tipos tiram é cursos de idiotia por osmose.
Humpf.

o que eu desafiava era o “pico de oro” a aplicar a mesma grelha ao Rivera! e depois a ver se era capaz de negar a influência que até teve num tipo totalmente americano como o Roy Lichtenstein. o próprio chegou a confirmá-lo. Se não fosse os murais do Rivera não teria chegado aos seus.

E agora, como o micro-coutinho descalçava a bota? nem há ponte ideológica entre eles…

pois. Só que estes turcos hoje em dia tiram curso de ideologia por correspondência.

se eu quisesse falar de pintura mexicana no feminino ia buscar a Remedios Varo. Que até é surrealista enquanto que a Frida é mais linha naif de folclore
Pergunta ao bacano do crítico ideológico se conhece…

ó Mário mas é claro que é sobrevalorizada! a Frida tornou-se um ícone por uma série de circunstância em que as atribulações da vida o facultaram. Mas isso toda a gente sabe. E eu nem fiz o post por esse motivo. Fiz porque o expert lá do humorista temerário botou aquela sentença à papagaio de Coutinho.

O que é que nós temos a ver com o facto de um Geraldo não querer ver a exposição? Eu via-a na Tate o ano passado porque estava lá na altura mas não vim falar desse facto pessoal para a net.

Ele veio falar de quê para além da classificação e leitura da ideologia de esquerda na perspectiva do capitalismo da Vanity Fair e das conversas de café?

Bom, fui ver hoje de manhã a exposição e tive pena que tenha tão poucos quadros.

Ocupa demasiado espaço com extras, para disfarçar a mingua de originais, mas como não sei se haveria disponibilidade para trazer uma exposição maior não reforço a critica. Achei foi que alguns quadros me pareceram mais baços do que as reproduções que já tinha visto.
A Frida é muito mediática, e merece esse destaque, mas a pintora talvez estaja sobrevalorizada em relação aos outros pintores seus compatriotas.

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